Dentro das minhas complexidades, postarei aqui um pouco de mim, de meus pensamentos, do meu dia-a-dia... coisas que achar interessantes e outras nem tanto... Postarei o que quiser, afinal de contas, o Blog é meu mesmo...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Saudade...


Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói.

Um tapa, um soco, um pontapé, doem.

Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe, saudade de uma cachoeira da infância, saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do amigo imaginário que nunca existiu, saudade de uma cidade, saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos, saudade da presença, e até da ausência consentida, eu podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.

Eu podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabia-se onde, você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter, saudade é basicamente não saber, não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio, não saber se ela ainda usa aquela saia.

Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ela continua preferindo suco, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ela continua detestando MC Donald´s, se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer, é não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso.

É não querer saber se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim doer.

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler.

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